Entrevista Leão (vocalista Drearylands)

Entrevista Leão (vocalista Drearylands)

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Aproveitando a realização do Festival Rock Concha, o BahiaRock realiza uma série de entrevistas com as bandas do evento. O primeiro a conversar com a gente foi Leão, vocalista da banda Drearylands – que se apresenta no 1º dia do festival. Confiram:

O Rock Concha completa 30 anos e vocês voltando a essa casa depois de muito tempo… Quais lembranças você tem da última vez que tocou lá?

Há 20 anos a Drearylands fez sua estreia na Concha Acústica do TCA. Na verdade, tínhamos encerrado a banda Shadows em 1998 e já estávamos trabalhando com a Drearylands, quando a produção do festival Garage Rock nos convidou para tocar na edição de 1999. Como o nome Drearylands ainda era desconhecido, combinamos de divulgar o evento com o nome Shadows e apresentamos a nova banda durante a nossa apresentação. Já no ano 2000, voltamos à Concha para o lançamento do nosso primeiro álbum “Some Dreary Songs and other tunes from the shadows”. Foram dois shows maravilhosos para a banda. Infelizmente, depois disso, o TCA nunca mais abriu espaço para as bandas de Metal se apresentarem, a não ser como abertura para bandas de outros estados. Assim será no Rock Concha, mas será uma ocasião especial voltar ao local onde tudo começou para a Drearylands.

Quais suas últimas experiências com as bandas que irão tocar no festival? Alguma memória especial acerca de Ratos de Porão e o Camisa de Vênus?

Malefactor é uma banda irmã. Conheço os caras desde sempre e as duas bandas sempre estiveram juntas dividindo palcos ou simplesmente prestigiando o trabalho da outra. Estive no show da Malefactor no Abril Pro Rock em Recife este ano e os caras fizeram a melhor apresentação do festival. Já os Ratos de Porão é uma paixão desde adolescência. Descobri a banda ainda na escola nos anos 80 e desde então sempre ouvi e frequentei os shows. O álbum “Brasil” ainda é um dos melhores lançamentos da história do rock. E o Camisa de Vênus foi uma das primeiras bandas de rock que acompanhei a carreira desde o início. Eu já ouvia alguns discos de bandas dos anos 70 que meu pai havia deixado em casa, mas lembro do impacto quando um primo meu comprou o compacto do Camisa com “Controle Total” e “Meu Primo Zé”. Eu tinha comprado na mesma época, 1982, o compacto da Blitz com “Você Não Soube Me Amar”, e a gente ficava ouvindo aqueles disquinhos mil vezes ao dia. Nos últimos anos, acabei podendo conviver com os guitarristas Karl Hummel e Gustavo Mullem. E nosso baterista Louis chegou a ser baterista do Camisa durante alguns anos, quando a banda contava com o vocalista Eduardo Scott no lugar de Marcelo Nova. Infelizmente, Karl faleceu em 2017, quando ele e Gustavo não faziam mais parte da banda, mas o Camisa de Vênus sempre será uma referência para mim. Minha filha ainda lembra das brincadeiras com o tio Karl…

Essa revitalização do Festival Rock Concha traz quais benefícios pra cena? O que está acontecendo hoje em Salvador em se tratando de Rock/Metal é promissor?

Espero que o festival agora volte com força total e possa acontecer anualmente, abrindo cada vez mais espaço para as bandas locais de todos os gêneros de rock. Quanto ao cenário baiano, temos ótimas bandas em atividade, com grandes discos lançados e ótimas performances ao vivo. Musicalmente a Bahia está melhor do que nunca, o problema é a sazonalidade de público. Estamos passando por um período de baixa de público atrás de bandas underground. Espero que a garotada redescubra o prazer de estar e viver shows de rock e não fiquem apenas curtindo vídeos de 30 segundos via internet.

Vocês estão preparando algo especial para o evento? O que o fã de vocês pode esperar do show?

Como passamos por mais uma agrura no início do ano passado, quando Louis sofreu um infarto, e ficamos desde então trabalhando entre quatro paredes, a apresentação no Rock Concha em si já será algo especial. A volta da Drearylands aos shows. Estamos com novas músicas, lançamos recentemente o single e videoclipe da canção “Efígie” e já temos alguns shows programados para o segundo semestre. Ou seja, vamos chegar à Concha com sangue nos olhos e a maior vontade de recolocar a banda nos trilhos.

Quais as principais diferenças entre tocar num Festival desse porte e fazer um show específico da banda? Quais estratégias usam para lidar com o público?

Num evento desse porte, assim como é no Palco do Rock e como era nos festivais Garage Rock e Maniac Metal Fest, as coisas são muito corridas. A banda tem que estar pronta, então entra para tocar e sai correndo para liberar o palco para a próxima atração. A emoção fica pelo fato de cantar e tocar diante de um público maior e diverso, é tudo muito intenso e rápido. Em nossos shows em casas para 300 ou 400 pessoas, a interação é maior. Dá para curtir mais o momento, conversar com o público. Rola um olho-no-olho com a galera. Mas ambas são experiências maravilhosas, afinal a melhor coisa para um músico é tocar, seja para um público de 50 ou 5 mil pessoas.

Deixa uma mensagem ao leitor do Bahia Rock e convide seu público para ir ao Festival! De antemão, obrigado!

Agradeço pelo espaço e pelo apoio à Drearylands. Foi muito bom ver o Bahia Rock voltar à ativa melhor do que nunca. Espero que as pessoas se reconectem com o underground, com a música feita de coração. Convoco todo mundo a apresentar o cenário baiano e brasileiro à garotada, indicar as bandas, arrastar para os shows… hehehe. O Rock Concha será uma ótima oportunidade para isso.

Mais informações sobre o festival:

https://www.facebook.com/RockConcha/
https://www.instagram.com/rockconcha/

Lucas Rocha

Lucas Rocha

Editor e Redator-Chefe.

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