Entrevista – Tony Bellotto (Titãs)

Entrevista – Tony Bellotto (Titãs)

A banda Titãs está prestes a completar 40 anos de carreira e após se apresentar em Salvador em janeiro com a turnê Titãs Trio Acústico, o grupo toca em Março no interior da Bahia em Itabuna e Vitória da Conquista. Aproveitando a passagem deles pelo estado, o BahiaRock conversou com o guitarrista Tony Bellotto para falar um pouco sobre a nova gravadora, o novo projeto acústico e muito mais. Confiram:

A banda acabou de assinar com a gravadora BMG Brasil. Qual o motivo da mudança e qual a importância de uma gravadora em tempo de streaming de música e diminuição da renda com venda de discos?

Uma gravadora é sempre importante para a divulgação e comercialização de um projeto, e a BMG está causando uma revolução no mercado brasileiro, pois trabalha com parâmetros europeus e inovadores, adequados aos novos tempos e transformações que a internet impôs ao mercado do disco. Portanto essa parceria promete novos e imensos horizontes para os Titãs.

Aproveitando a deixa sobre a venda de discos, o que vocês acham da mídia física e da volta do vinil? Existem planos de relançamento dos discos da banda no formato?

O vinil é muito poderoso, e conseguiu resistir às transformações, permanecendo como um formato cultuado e charmoso. Sempre cuidamos de proporcionar versões em vinil de nossos trabalhos mais recentes, e não será diferente com o Titãs Trio Acústico.

A banda está em turnê em formato acústico. Como surgiu essa ideia e como está sendo voltar a tocar nesse formato?

A ideia surgiu casualmente. Fãs nos cobravam desde 2017 uma comemoração dos 20 anos do Titãs Acústico MTV, nosso disco de maior sucesso comercial (e de maior sucesso comercial também de todos os Acústicos MTV gravados no Brasil), mas estávamos ocupados produzindo e gravando nossa ópera rock Doze Flores Amarelas. Em 2019 decidimos fazer alguns shows acústicos, pequenos em teatros para comemorar a data. Foi então que tivemos a ideia de fazer um show diferente daquele de 1997, mais intimista e essencial agora, com o diferencial de que agora falamos com o público e contamos muitas histórias da carreira e de como algumas músicas foram compostas. O formato teve uma receptividade tão boa, que não paramos mais de fazer esse show, e estamos agora gravando um cd e preparando a produção de um DVD para registrá-lo.

A banda vai lançar também um novo disco/projeto acústico. Falem um pouco a respeito, quando vai ser lançado, qual o formato, quantas músicas…

Como eu disse, a BMG está preparando um lançamento especial, e esse trabalho se dividirá em três etapas distintas até o final do ano. Aguardem e verão (e ouvirão!)

O grupo tocou em Salvador em janeiro e vai se apresentar pelo interior da Bahia agora em março. O que vocês acham do público baiano? Acham que existe diferença da capital para o interior?

O público baiano é em geral muito receptivo, carinhoso e festivo, independente da localização geográfica. Amamos a Bahia, desde a efervescência de Salvador à sofisticação de Vitória da Conquista, que sempre nos surpreende e aumenta nosso orgulho de fazer parte de uma nação tão diversificada e rica culturalmente.

O Titãs está prestes a completar 40 anos e passou por diversas mudanças de formação. O que motiva vocês a seguir com a banda e o que os fãs podem esperar do futuro do grupo?

O que nos motiva é o amor ao trabalho, e nossa determinação de encarar os desafios e superar as diversidades. O futuro não se sabe, mas estamos sempre criando coisas novas e que nos surpreendam.

Os Titãs já chegaram a ter 9 integrantes, agora está com 3 (no trio). Quais as vantagens e desvantagens de ter uma banda mais enxuta?

Olha, as vantagens de uma banda mais enxuta são inúmeras: menos gente para dividir o dinheiro e mais facilidade para tomar decisões, por exemplo. Mas não são esses os motivos que nos conduziram de um octeto a um trio. O fato é que as coisas aconteceram assim e o que mais nos surpreende é que a essência dos Titãs permanece intacta.

O rock brasileiro teve auge nos anos 1980 e se manteve relevante nos anos 1990. Como vocês enxergam o gênero hoje em relação a bandas e público no país?

O rock passa por uma crise existencial. No mundo todo. Mas ele continua sendo um poderoso agente de transformação, muito necessário nesses tempos trevosos que vivemos. De nossa parte, o rock continua mais vivo e atuante do que nunca!

Em 2019 a cantora Érika Martins gravou a música “A Verdade Liberta” de autoria de Sérgio Britto e ela participou do show do Titãs no Rock in Rio. Como surgiu essa parceria?

A Érika e o marido dela, o Gabriel, são amigos de longa data, roqueiros de primeira linha cuja atuação responde à sua pergunta anterior. É por causa de artistas como a Érika que o rock brasileiro permanece vivo e vigoroso.

Ramon Prates

Ramon Prates

Editor-Chefe e Web Master. Apaixonado por música, especialmente rock, e também por escrever, logo juntando as duas coisas resolvi dar minha contribuição para o rock baiano através do BahiaRock.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *