Review – Álbum – Marte em Queda
Banda baiana formada por Victor (vocais e guitarras), Betinho (contrabaixo) e Lui (bateria), a Marte em Queda lançou o seu primeiro disco, homônimo, em 2020. Disponível nas plataformas digitais, traz 8 músicas que vão do stoner ao indie dos anos 2000, passando pelo punk rock e pelo grunge.
O álbum começa acelerado com “Respostinha”, que soa como uma uma versão mais punk e “suja” da Vivendo do Ócio. Com menos de 3 minutos, tem uma letra agressiva, mas é bastante grudenta. A segunda faixa, “Ivar”, é mais lenta tem uma pegada mais stoner, com vocal arrastado. Destaque para a bateria marcante e o peso dos graves da música.
Em seguida, “Buzu”, mais suingada e melódica, chega falando de ônibus perdidos nas estações de Salvador como metáfora para desencontros amorosos. Tem ótima pegada pop e cresce no refrão. Daquelas músicas que poderiam muito bem tocar nas rádios de Salvador.
A quarta faixa, “Obsessão”, traz muita melodia e romantismo, mas sem deixar o peso das guitarras. A melodia me lembrou bastante “Do I wanna know”, dos Arctic Monkeys (certamente uma das principais influências da banda).
Após “Obsessão”, temos “Encosto”, que volta a acelerar as coisas, com um riff a la Franz Ferdinand e uma letra mais “mística”, mas talvez seja apenas mais uma metáfora sobre relacionamentos amorosos… Ótima performance vocal e instrumental. Já possui um clipe no YouTube.
A sexta faixa, “Ranço” traz o stoner (e a agressividade) de volta. Ótimos riffs e timbres de guitarra, e até apareceu um vocal mais gritado. Pra mim, a melhor do disco. Depois, “Cachaça” surge falando de bebedeira, ressaca e mais desencontros…
Por fim, “Alien” escancara novamente a influência dos Arctic Monkeys (principalmente nos vocais), falando do sentimento de inadequação diante do mundo, terminando um álbum curto, mas que dá seu recado e mostra que Marte em Queda é uma banda bastante promissora.