Review – Álbum – Jô Estrada – Silver Tapes

Review – Álbum – Jô Estrada – Silver Tapes

Jô Estrada é um guitarrista baiano de carreira bastante prolífica: começou com a banda Dead Easy, no final dos anos 80, mas, de lá para cá, já tocou com diversos músicos e bandas pelo Brasil, de Cascadura a Sidney Magal. Formou a banda Lacme nos anos 2000 (que atualmente, encontra-se em um hiato) e também está na Rock Forever (cover dos Beatles). Em 2020, lançou seu primeiro disco solo, “Silver Tapes”, recheado de guitarras altas, solos virtuosos e boas melodias, com vocais em inglês.

A primeira faixa, “Beautiful high”, já mostra a “cara” do álbum: guitarras cheias de fuzz, vocais que lembram Oasis, refrão grudento e um solo de guitarra matador. Em seguida, “Living in Sunshine”, que segue a linha da anterior, inicia leve, mas, quando entrou a distorção, tive vontade de pegar minha guitarra e tocar junto (se conseguiria, é outra história…). Outro refrão grudento, outro solo impecável.

“Morning star”, por sua vez, é uma balada romântica quase acústica, com guitarras limpas e agradáveis e vocal emocionado. “Daydream song” retoma a distorção, lembrando muito a Lacme, além de trazer ecos de Lenny Kravitz, e, novamente, Oasis. O solo de guitarra novamente se destaca.

Outros pontos altos são “Sweet drive sugar fuzz”, que começa acústica com uma melodia beatle, irrompe em um solo de guitarra e bateria hard rock, para voltar ao lado melódico e levemente psicodélico ao final; e “Rest between lions”, que lembra as guitar bands noventistas.

“Canta, papai”, diz a garotinha no início de “Mother mermaid”, balada suave que encerra o disco e que parece ser mesmo dedicada à filha de Jô Estrada: “Mother mermaid, protect my child” (“mãe sereia – seria Iemanjá? – proteja minha criança”). A menina mostra mais de sua fofura em pequenas participações ao longo da música.

“Silver Tapes” é um ótimo lançamento do rock baiano em 2020. Pena que não há previsão de quando será seguro ir a um show de rock novamente (pelo menos, não no Brasil!), para podermos conferir a potência destas músicas (e destas guitarras) ao vivo.

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Marcel Aguiar

Marcel Aguiar

Natural de Alagoinhas, médico e frequentador da cena rock de Salvador há mais de 15 anos.

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