Review – Álbum – Meus Amigos Estão Velhos – Mojave Mojito

Review – Álbum – Meus Amigos Estão Velhos – Mojave Mojito

Meus Amigos Estão Velhos… esta denominação autoirônica se adequa bem ao “supergrupo” formado por Bruno Carvalho (guitarra), Thiago Guimarães (vocais e guitarra), Glauco Neves (bateria) e Dudare Wriwrái (baixo): todos eles são velhos conhecidos da cena rock da Bahia, e fizeram parte de bandas como The Honkers, Los Canos, Vinil 69, entre outras. No seu primeiro EP, Mojave Mojito (outro ótimo nome!), o quarteto mostra um rock vigoroso e certeiro, com influências que vão do rock pesado dos anos 70 ao grunge e “alternativo” (velho estou eu, usando essa palavra!) dos anos 90 e 2000, passando por punk rock, stoner e outras “velharias”.

“Indomável” dá as boas vindas, com um baixo distorcido e um riff simples, mas certeiro (alguém mais lembrou do Queens of the Stone Age?) emoldurando uma letra amarga: “Será que há tempo pra ser feliz/quando querem seu pior”. Guitarra e bateria nas alturas e um solo “nervoso” já mostram a cara da banda (e do disco).

Em seguida, “Coragem”, a melhor faixa do EP (e que já possui um clipe no YouTube). Começa calma e melódica, mas a tensão vai crescendo aos poucos, com explosões vocais e instrumentais (que trazem ecos de Smashing Pumpkins), além de bons solos de guitarra permeando toda a música. A letra reflete bem o momento sombrio que vivemos na “nova era” do Brasil de 2019, onde a coragem não pode faltar, mesmo numa realidade dura e sem esperança. Daquelas músicas que você quer ouvir todos os dias.

“Autoestima”, a terceira faixa, acelera o ritmo com uma pegada punk rock e com um olhar crítico ao mundo das redes sociais, dos likes, da “vida perfeita” inalcançável para os simples mortais. (“tentei ser um cara normal/sua autoestima não me deixa legal”). Já a próxima, “Mentira”, tem uma levada mais dançante, mas vai fazer você bater cabeça quando chegar aquele refrão grudento… Novamente o instrumental se destaca, impecável (e novamente as guitarras me lembram QOTSA…).

O EP termina com “Fui eu”, com um riff inicial que me lembrou os também baianos da Vivendo do Ócio, que deságua em mais um refrão grudento (e “bate-cabeça”): “você não sabe quando eu estou a fim/você não sabe mais de mim”; e termina com mais um solo memorável (enquanto o vocal grita o “você” do refrão), levando a música a quase 6 minutos, e deixando o ouvinte querendo mais – o jeito é ouvir tudo de novo, né?

Agora, é esperar que esses “velhos amigos” do rock baiano lancem um disco completo. A boa notícia é que o show de lançamento do EP já é no próximo sábado, 27/07, no Bardos Bardos (Rio Vermelho), e tem entrada gratuita!

Ouça no Spotify:

Marcel Aguiar

Natural de Alagoinhas, médico e guitarrista da Draga.

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