Novo disco de Martin Mendonça: Mundo de Nós Dois

Novo disco de Martin Mendonça: Mundo de Nós Dois

Martin Mendonça, nome fundamental da história recente do rock brasileiro, lança seu terceiro álbum solo com um olhar mais íntimo e um som que resgata a força dos afetos, das origens e do coletivo.

Com uma trajetória que começou no metal e atravessou a cena independente de Salvador até as grandes turnês pelo país com Pitty e a turnê emblemática, no espírito on the road, do Cascadura, Martin segue construindo uma carreira autoral sólida. Depois dos discos Dezenove Vezes Amor (ao lado do baterista Duda Machado) e Quando um Não Quer, com participações de Pitty, Lirinha, Leo Cavalcanti, Jajá (Vivendo do Ócio), Pupillo e Fábio Cascadura, o músico apresenta agora um trabalho mais introspectivo e direto.

Produzido pelo próprio Martin e gravado, mixado e masterizado por André T, o novo álbum reúne um pequeno, mas potente grupo de colaboradores: Cadinho Almeida no baixo, Vitor Brasileiro na bateria (Daniela Mercury) e Duka dos Santos na percussão (Carlinhos Brown, Marisa Monte, Baiana System, entre outros).

Com as primeiras composições criadas durante a pandemia, o disco Mundo de Nós Dois nasce de um tempo de incertezas e reconexões. Foi quando Martin, diante das dificuldades do período, retornou com a família à sua casa de infância, na Boca do Rio, em Salvador. Esse retorno às origens atravessa o disco como uma espécie de renascimento: voltar para casa como gesto de força, de recomeço e de reencontro com o essencial.

A faixa de abertura, “Juntos”, também primeiro single, é o manifesto dessa travessia. Com um violão íntimo, mas também elementos que convocam o coletivo, a canção fala sobre união, esperança e superação — uma síntese do espírito do álbum. As faixas iniciais continuam nessa atmosfera de apostar na alegria, na força da arte para animar a gente a continuar, mesmo quando as músicas parecem falar de saudade, como acontece em Gravador, ou das desilusões oriundas de distrações superficiais, como a faixa Contato Não Salvo, na qual uma espécie de revolta dançante mistura guitarras e batidas que remetem ao reggaeton, e o pedido de respiro de “Me Deixe”, marcada por palmas e o verso que ecoa: “Me deixe que eu vou embora, já mandaram me chamar.”

O percurso sonoro vai transformando o ambiente para um encerramento que passa pela faixa “Veja Bem” e termina com “Dói” – canções de aceitação e delicadeza sobre encarar o luto e a dor com música e arte. O álbum ainda traz um momento instrumental, retomando um interesse antigo de Martin — que já havia explorado essa vertente em parceria com Guilherme Almeida e Paulo Kishimoto, no projeto de música instrumental lançado exatamente na quarentena pandêmica.

Mais do que um novo capítulo em sua carreira, o disco reafirma Martin Mendonça como compositor e intérprete de uma geração que na transição do analógico para o digital, de um mundo mais sólido para um mais evanescente, aprendeu a equilibrar o peso do rock com a sutileza da emoção. Em tempos de dispersão e fadiga, o artista aposta na música como gesto de resistência afetiva — um chamado à coletividade, à memória e à coragem de continuar.
Informações técnicas:

Artista: Martin Mendonça (Pitty, Cascadura, Agridoce e álbuns solo – Dezenove Vezes Amor, Quando Um Não Quer e o lançamento atual Mundo de Nós Dois)
Álbum: Mundo de Nós Dois
Gravadora: Deck Disc
Gravação, mixagem e masterização: André T
Data de lançamento: 28/11/25 – Single – Juntos / 12/12/25 – Álbum
Disponível: Em todas as plataformas de streamming

Ouça no Spotify:

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